INTRODUÇÃO: O absenteísmo de trabalhadores da saúde é importante por interferir na qualidade da assistência prestada aos pacientes.
OBJETIVOS: Caracterizar o absenteísmo-doença dos trabalhadores da rede pública municipal de saúde de Chapecó, no estado de Santa Catarina, no período de 2015 a 2018 e testar a associação de dois ou mais afastamentos no ano com as variáveis de estudo.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal, e as variáveis estudadas foram sexo, faixa etária, categoria profissional, tempo de atuação, Classificação Internacional de Doenças e tempo de afastamento. Foram realizadas análises descritivas, testados os fatores associados ao desfecho e calculadas as razões de prevalência com os respectivos intervalos de confiança de 95% por meio da regressão de Poisson.
RESULTADOS: Foram identificados 1.695 profissionais afastados por doença, com maior prevalência do sexo feminino (89,40%), na faixa de 30 a 39 anos (33,41%), e a maioria apresentou um afastamento ao ano (61,24%), de 3 a 9 dias (47,67%). Os agentes comunitários de saúde foram a categoria com mais afastamentos (27,15%). Nos anos estudados, houve 2.795 afastamentos (657 servidores com mais de um afastamento). As doenças osteomusculares foram as principais causas identificadas (21,80%), com maior prevalência de dorsopatias (57,60%). Atuar há 21 anos ou mais apresentou razão de prevalência 49% maior para dois ou mais afastamentos no ano em comparação a estar atuando por até 5 anos.
CONCLUSÕES: O estudo permitiu caracterizar o absenteísmo-doença entre trabalhadores da rede municipal de saúde de Chapecó. Os resultados encontrados poderão constituir-se como indicadores de gestão de recursos humanos e fomentar estratégias de promoção de ambientes saudáveis, prevenção de doenças e agravos e reabilitação.
Palavras-chave: absenteísmo; saúde do trabalhador; setor público; epidemiologia.