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REVISOES DE LITERATURA

Capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil

Work ability and associated factors among professionals in Brazil

Marluce Rodrigues Godinho1; Aldo Pacheco Ferreira1; Vívian Assis Fayer2; Renato José Bonfatti1; Rosangela Maria Greco2

RESUMO

CONTEXTO: A saúde do trabalhador vem expondo uma alteração no seu perfil e influenciando a capacidade de trabalho, o que configura um problema de saúde no Brasil e no mundo.
OBJETIVO: Apresentar uma revisão sobre a capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil.
MÉTODOS: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura nacional do período de 1999 a 2015, mediante busca nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde, PubMed, Scopus e Web of Science, utilizando os termos "capacidade de trabalho", "capacidade para o trabalho", "avaliação da capacidade de trabalho", "desempenho do trabalho", "work capacity evaluation", "work capacity", "work ability" e "work ability index".
RESULTADOS: Após aplicados os critérios de inclusão e exclusão sobre o total de estudos levantados (n=1.479), 59 artigos integraram a revisão. Desses, 12,1% evidenciaram uma prevalência de capacidade adequada para o trabalho e 1,7%, inadequada. Outros estudos apresentaram seus resultados do Índice de Capacidade para o trabalho (ICT) nas classificações (ruim, moderada, boa, ótima). Esta pesquisa encontrou que 3,4% dos estudos apresentaram prevalência de capacidade para o trabalho nas categorias moderada e boa; 10,4% na categoria moderada; 65,6% na categoria boa; e 20,6% na categoria ótima.
CONCLUSÕES: A capacidade para o trabalho denota um indicador importante em função de suas implicações na saúde, no bem-estar e na empregabilidade dos trabalhadores. As questões sobre o tema, apesar de relevantes, ainda carecem de maior atenção no país.

Palavras-chave: avaliação da capacidade de trabalho; condições de trabalho; saúde do trabalhador; carga de trabalho; desempenho profissional.

ABSTRACT

BACKGROUND: The workers' health profile is undergoing change affecting their work ability, which represents a health problem in Brazil and worldwide.
AIM: To perform a literature review on work ability and associated factors among professionals in Brazil.
METHODS: A systematic review of articles published in Brazil from 1999 to 2015 was performed in databases Virtual Health Library, PubMed, Scopus and Web of Science, using terms "capacidade de trabalho", "capacidade para o trabalho", "avaliação da capacidade de trabalho", "desempenho do trabalho", "work capacity evaluation", "work capacity", "work ability" and "work ability index".
RESULTS: From the total number of articles located (n=1,479) 59 were selected for analysis after application of the insclusion and exclusion criteria. Among the analyzed studies 12.1% reported a prevalence of adequate work ability and 1.7% of inadequate work ability. Another group of studies analyzed the Work Ability Index (WAI) and expressed its results in categories (poor, moderate, good, high). In about 1.7% of the studies the work ability estimates corresponded to categories moderate and poor; in 5.2% to category moderate; in 32.8% to category good; and in 10.3% to category high.
CONCLUSION: Work ability is a relevant indicator as a function of its implications for the workers' health, well-being and employability. Their relevance notwithstanding, the issues related to this subject still require greater attention in Brazil.

Keywords: work ability assessment; working conditions; occupational health; workload; work performance

INTRODUÇÃO

O trabalho é definido como procedimento de interação material entre o homem e a natureza, no qual o homem atua intencionalmente sobre elementos da natureza transformando-os e imprimindo-lhes forma útil à vida humana. Nesse processo, o homem impõe ao material o que havia conscientemente planejado, submetendo-o à sua vontade1,2.

No entanto, existe um relacionamento complexo e multifacetado entre o trabalho e a saúde3 e, quando as atividades laborais são desenvolvidas sob condições ambientais, organizacionais e fisiológicas inadequadas, danos à saúde e redução da capacidade para o trabalho podem ser acelerados ou agravados4-6.

A mensuração da capacidade para o trabalho pode ser realizada por meio do Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT), oriundo de pesquisas que foram realizadas no Instituto de Saúde Ocupacional da Finlândia de 1981 a 19927. Essa ferramenta possibilita avaliar e detectar precocemente alterações e predizer a incidência de incapacidade de trabalhadores em fase de envelhecimento; também pode ser usada como instrumento para subsidiar informações, direcionando medidas preventivas. Além disso, exprime o quanto o trabalhador está apto no presente ou estará apto em um futuro próximo para realizar suas atividades laborais em relação às exigências que o trabalho impõe ao seu estado de saúde e às suas capacidades físicas e mentais, representando uma medida do envelhecimento funcional.

O ICT considera a percepção do próprio trabalhador e permite avaliar a capacidade para o trabalho a partir de sete dimensões:

1. capacidade para o trabalho atual e comparada com a melhor de toda a vida;

2. capacidade para o trabalho em relação às exigências do trabalho;

3. número atual de doenças autorreferidas e diagnosticadas por médico;

4. perda estimada para o trabalho devido a doenças;

5. falta ao trabalho por doenças;

6. prognóstico próprio sobre a capacidade para o trabalho;

7. recursos mentais7,8.

Com o envelhecimento, questões referentes à idade de aposentadoria, capacidade para o trabalho e saúde nessa fase passam a ser objeto de estudo na área da saúde do trabalhador, em um contexto de globalização e restruturação da cadeia produtiva8-11. Esse envelhecimento é entendido como a perda da capacidade para o trabalho e, muitas vezes, ocorre antes do envelhecimento cronológico12-15. Foi ressaltado em alguns estudos que a promoção da capacidade para o trabalho diminui a incapacidade, prevenindo a ocorrência de aposentadorias precoces14,16-18.

O uso do ICT como uma ferramenta de gerenciamento pode ajudar a melhorar a identificação das populações sob risco e possibilitar o desenvolvimento de atividades de intervenção específicas de promoção da saúde19. Ademais, o ICT pode ser usado como uma ferramenta de diagnóstico para subsidiar ações relacionadas com o trabalho e com a legislação de aposentadoria20.

Desde a criação do ICT, pesquisadores de diversos países vêm desenvolvendo pesquisas similares e, diante do processo de envelhecimento da população ativa em todo o mundo12,13,18, os estudos sobre capacidade para o trabalho vêm ganhando cada vez mais relevância, visando a investigar os fatores associados e a propor ações para manter a aptidão do trabalhador ao longo da vida laboral20,21.

Moura e colaboradores22 destacam que a promoção da capacidade funcional dos trabalhadores ao longo dos anos das atividades laborais pode contribuir com a redução dos custos para a qualidade de vida na aposentadoria. No Brasil, os estudos sobre capacidade para o trabalho começaram a surgir no final da década de 1990. Em 2010, foi publicada uma revisão de literatura dos estudos sobre a capacidade para o trabalho e envelhecimento funcional do período de 1966 a 2006. Com essa revisão, detectou-se que os estudos eram pontuais e abordavam grupos específicos de trabalhadores, como por exemplo: profissionais da saúde, trabalhadores das linhas de produção, eletricitários, bombeiros, pessoal administrativo e servidores forenses. Isso mostra que ainda havia muitas categorias profissionais para serem avaliadas no que diz respeito à capacidade para o trabalho8.

Uma revisão sistemática é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema. Sendo assim, disponibiliza um resumo das evidências relacionadas com uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada. Dessa forma, a revisão torna-se fundamental para integrar as informações de um conjunto de estudos realizados separadamente sobre determinada terapêutica/intervenção, que podem apresentar resultados conflitantes ou coincidentes, bem como identificar temas que necessitam de evidência, auxiliando na orientação para investigações futuras23,24.

Dessa forma, a presente pesquisa teve como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura, visando, com isso, ao incentivo à pesquisa dos fatores associados à capacidade para o trabalho e ao estímulo de criação de intervenções advindas desse diagnóstico que possam melhorar a saúde do trabalhador.

 

MÉTODOS

Os termos de busca utilizados nesta revisão sistemática foram obtidos por meio de consulta aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Foi utilizada na busca dos trabalhos a combinação dos descritores "capacidade de trabalho", "capacidade para o trabalho", "avaliação da capacidade de trabalho" e "desempenho do trabalho"; e, em inglês, "work capacity evaluation", "work capacity", "work ability" e "work ability index". Na pesquisa bibliográfica, foram utilizadas as bases Biblioteca Virtual em Saúde(BVS), PubMed, Scopus e Web of Science.

Foram selecionados, por meio dos descritores, trabalhos publicados entre 1999 e 2015. Para tratar as duplicidades de artigos recuperados nas diferentes bases, os documentos originalmente encontrados em cada uma delas foram ordenados pelo ano e pelo primeiro autor, sendo excluídos aqueles que apareciam mais de uma vez. Manteve-se, como informação da fonte de pesquisa, aquela em que o artigo aparecia pela primeira vez, na seguinte ordem: PubMed, Scopus, Web of Science, BVS.

Para identificar os artigos relevantes, os resultados da busca foram selecionados em três fases: primeiramente pelo título, em seguida pelo resumo e, finalmente, pela leitura do artigo na íntegra. Aqueles artigos que não forneceram informações suficientes no título e no resumo tiveram sua relevância considerada na leitura do artigo completo. O critério de inclusão para esta revisão foi o artigo abordar a capacidade para o trabalho, considerando a qualidade do estudo em relação à apresentação clara dos objetivos, métodos, resultados e conclusões. Os critérios de exclusão foram: não ter sido realizado no Brasil; ser uma revisão sistemática; não abordar a capacidade para o trabalho como foco do estudo. Após essa análise, foram realizadas a interpretação e a discussão dos principais resultados. Os estudos foram, então, analisados e incluídos na revisão sistemática (Figura 1).

 


Figura 1. Fluxograma de seleção de estudos entre capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil, para inclusão na revisão sistemática, 1999 a 2015.

 

RESULTADOS

Inicialmente, foram levantados 1.479 artigos, dos quais foram excluídos: 56 por estarem repetidos; 1.189 por não terem sido realizados no Brasil; 6 artigos de revisão sistemática; e 169 por não terem como foco do estudo a capacidade para o trabalho (destes, 109 após a leitura do título; 18 após a leitura do resumo; e 42 após a leitura na íntegra). Assim, a partir dos critérios estabelecidos para a revisão sistemática, foram selecionados ao todo 59 trabalhos. Os artigos selecionados para o presente estudo estão detalhadamente descritos na Tabela 1.

 

 

Os 59 artigos que integram esta revisão foram realizados entre os anos de 1999 e 2015, sendo que 50,85% (n=30) foram publicados até 2011; 30,51% (n=18) entre 2013 e 2015; e 18,64% (n=11) foram publicados no ano de 2012 (Figura 2).

 


Figura 2. Distribuição por ano dos estudos incluídos na revisão de literatura sobre capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil, 1999 a 2015.

 

Após análise dos 59 artigos selecionados, foram encontrados 47 (79,66%) estudos transversais; 4 (6,77%) estudos de coorte; 3 (5,08%) estudos descritivos; 2 (3,39%) estudos de caso-controle; e 3 (5,08%) artigos de revisão. A Figura 3 mostra a distribuição dos estudos ao longo dos estados no país, sendo que 30 estudos (50,86%) foram realizados no estado de São Paulo, 10 (16,95%) no Rio Grande do Sul, 5 (8,47%) no Rio de Janeiro, 4 (6,77%) em Minas Gerais, 2 (3,39%) na Bahia, 2 (3,39%) na Paraíba e 1 (1,69%) no Acre. Em 5 artigos (8,47%) os autores não ressaltaram esse dado, além de não ter sido possível identificar o local de realização do estudo.

 


Figura 3. Distribuição por estados dos estudos incluídos na revisão de literatura sobre capacidade para o trabalho e fatores associados em profissionais no Brasil, 1999 a 2015.

 

A maioria dos estudos utilizou o ICT nas análises. Alguns estudos optaram por dicotomizar a variável em adequada capacidade ou inadequada capacidade, sendo que a categoria "inadequada" inclui as classificações baixo e moderado ICT, e a categoria "adequada" inclui as classificações bom e ótimo7,80,81. Dessa forma, capacidade para o trabalho adequada teve maior prevalência em 12,1% dos estudos e capacidade inadequada em 1,7% deles. Outros autores optaram por apresentar os resultados do ICT nas 4 classificações possíveis: 1,7% dos estudos com prevalência de capacidade para o trabalho nas categorias moderada e ressaltaram esse dado, além de não ter sido possível identificar o local de realização do estudo.

A maioria dos estudos utilizou o ICT nas análises. Alguns estudos optaram por dicotomizar a variável em adequada capacidade ou inadequada capacidade, sendo que a categoria "inadequada" inclui as classificações baixo e moderado ICT, e a categoria "adequada" inclui as classificações bom e ótimo7,80,81. Dessa forma, capacidade para o trabalho adequada teve maior prevalência em 12,1% dos estudos e capacidade inadequada em 1,7% deles. Outros autores optaram por apresentar os resultados do ICT nas 4 classificações possíveis: 1,7% dos estudos com prevalência de capacidade para o trabalho nas categorias moderada e boa; 5,2% na categoria moderada; 32,8% na categoria boa; e 10,3% na categoria ótima capacidade para o trabalho. Alguns estudos apresentaram apenas a média do ICT, sendo que 20,7% obtiveram boa capacidade para o trabalho e 3,4% ótima capacidade. Houve artigos (12,1%) que não informaram os resultados do ICT.

Na Tabela 2 são apresentadas características importantes em relação aos artigos incluídos na revisão e às características das populações estudadas em cada artigo. O periódico que veiculou a maioria dos estudos foi o Work (n=9; 15,25%). Entre os periódicos que foram responsáveis pela publicação de apenas um artigo, estavam: American Journal of Industrial Medicine, Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Ciencia y Trabajo, Codas, Fisioterapia e Pesquisa, Floresta, Industrial Health, International Journal of Industrial Ergonomics, Journal of Voice, Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, Revista Brasileira de Saúde Ocupacional e Revista Eletrônica de Enfermagem. Quanto ao número de autores, obteve-se uma média de cinco autores (mínimo um e máximo dez), sendo que a maioria dos artigos (34,5%) tinha apenas dois autores e quase metade (48,0%) dos artigos tinham quatro autores ou mais.

 

 

A categoria profissional mais estudada foi a dos profissionais da enfermagem, contando com 17 artigos (28,81%) que se dedicaram a estudar esses profissionais. Outras categorias profissionais tiveram de dois a seis artigos que as abordaram; e aquelas categorias que foram estudadas por apenas um artigo foram: agentes comunitários de saúde, profissionais do serviço de alimentação hospitalar, operadores de máquinas agrícolas, servidores forenses, trabalhadores administrativos de uma empresa de gestão de planos de saúde e previdência privada, trabalhadores de um centro de pesquisa e desenvolvimento de uma companhia de alta tecnologia, trabalhadores de linhas de produção automatizadas, trabalhadores do setor de alimentos e bebidas, trabalhadores de serrarias, trabalhadores de call centers, trabalhadores de hospital (todos os setores), trabalhadores de uma empresa de transporte coletivo, trabalhadores de uma instituição de ensino superior, metalúrgicos e trabalhadores municipais brasileiros (diversas áreas).

Ao realizar a classificação das categorias profissionais estudas pelos artigos nos setores da economia no Brasil, tem-se que 1,7% pertence ao setor primário; 17,3% ao setor secundário; e 81,0% pertencem ao setor terciário. Entre as populações estudadas, foram predominantes indivíduos do sexo feminino em 71,18% dos artigos; e em 30,5% dos estudos levantados, os trabalhadores apresentaram como nível de escolaridade o ensino médio.

Na Tabela 3, foi realizado um consolidado dos fatores associados à capacidade para o trabalho, após análise estatística realizada pelos artigos que integram esta revisão. Pode-se notar que os três fatores mais prevalentes, significativamente associados ao desfecho em questão, foram: idade em 29,3% dos artigos; sexo em 17,2% dos artigos; e tempo de serviço também em 17,2% dos artigos. Os demais fatores foram encontrados em um a seis artigos, sendo que naqueles artigos em que encontraram um único fator associado ao desfecho os fatores foram: apreciar as atividades diárias, afastamento do trabalho, abuso verbal, acidentes de trabalho, condições de trabalho, consumo de café, controle sobre o trabalho, carga horária semanal, demandas do trabalho, doenças sem diagnóstico médico, duração da jornada de trabalho, dependência de álcool, distúrbios psíquicos menores, estar ativo e alerta, número de profissionais, otimismo para o futuro, organização do ambiente de trabalho, prognóstico futuro da capacidade para o trabalho, programas em família, percepção das atividades do trabalho que podem contribuir para a dor, responsabilidade pela renda familiar, recuperação após o trabalho, situação conjugal, saúde oral, satisfação com a remuneração, ter filhos menores de 18 anos, trabalhar antes dos 14 anos, tempo de deslocamento, tipo de vínculo (efetivo versus contrato), tarefas repetitivas e monótonas, tabagismo, violência no trabalho e valorização por parte da instituição.

 

 

DISCUSSÃO

Na análise dos estudos selecionados na presente revisão sistemática, constatou-se que desde 1999, quando surgiram os estudos sobre capacidade para o trabalho no Brasil, diversos autores têm se dedicado a estudar esse tema8, fato importante para a saúde do trabalhador e para sua manutenção no mercado de trabalho.

O desenho de estudo mais utilizado foi o transversal, que se caracteriza por ser um estudo epidemiológico de custo mais baixo, com objetividade na coleta dos dados, de fácil e rápida realização, mas que não permite estabelecer nexos causais entre o desfecho observado e os fatores associados82. Dessa forma, diversos artigos tiveram como sugestão a realização de estudos longitudinais a fim de estabelecer as direções das associações identificadas.

No que diz respeito à distribuição dos estudos sobre capacidade para o trabalho, por estado, após observar a Figura 3 pode-se notar uma distribuição desigual no país, o que corrobora informações apresentadas por outros autores83, no sentido que o sistema de inovação brasileiro dever ser visto com cautela, pois, além do atraso relativo, sua dimensão continental, disparidades e diferenças regionais devem ser levadas em consideração.

A distribuição geográfica dos artigos mostrou nitidamente uma concentração de estudos na Região Sudeste, pois 67,2% das pesquisas foram realizadas nos estados de São Paulo (51,7%), Minas Gerais (8,6%) e Rio de Janeiro (6,9%). Esse achado coincide com os dados apresentados em outro estudo84, que buscou avaliar a produção científica e tecnológica das regiões metropolitanas no Brasil e encontrou que a maior concentração de pesquisadores está na Região Sudeste do país. Além disso, na presente revisão nenhum artigo teve seu estudo desenvolvido na região Centro-Oeste e, segundo o CNPq, essa região ocupa a quarta posição quanto ao quantitativo de pesquisadores e grupos de pesquisa, estando acima apenas da Região Norte85. Isso significa que os pesquisadores e grupos de pesquisas da Região Centro-Oeste provavelmente desenvolvem estudos voltados para outras áreas de conhecimento, não atuando, portanto, especificamente sobre saúde do trabalhador.

Em relação ao número de autores, esta revisão obteve uma média compatível com o perfil de autoria de estudos epidemiológicos apresentado em outro estudo86, o qual discute que os artigos da subárea da epidemiologia possuem número de autores significativamente maior que o de outras subáreas, como do planejamento e das ciências sociais e humanas em saúde. Enquanto no estudo citado86 50,3% dos artigos de epidemiologia tinham quatro ou mais autores, de maneira semelhante a presente revisão obteve 48,0% de todos os artigos com quatro ou mais autores.

Quanto à categoria profissional, os profissionais de saúde foram os mais abordados nas pesquisas sobre capacidade para o trabalho. Comparada à revisão sistemática publicada em 20108, a presente revisão mostra que houve uma ampliação da variedade de categorias profissionais estudadas, uma vez que a revisão publicada em 2010 apresentou 5 categorias e a revisão atual encontrou 25 categorias profissionais.

Diante desses dados, pode-se afirmar que foram abordados profissionais dos três setores da economia brasileira (primário, secundário e terciário), com ênfase naqueles pertencentes ao setor terciário. Nesta revisão, os artigos que abordaram trabalhadores do setor terciário totalizaram 81%, fato que pode representar a predominância do setor na economia do país. O setor terciário, também chamado setor de serviços, absorve cerca de 60% da população ativa no Brasil, mostrando-se o setor que mais emprega mão de obra na atualidade87.

Torna-se cada vez mais importante analisar com cautela os aspectos inerentes à saúde do trabalhador, principalmente do setor de serviços, no qual os processos de produção e consumo ocorrem simultaneamente88. Em qualquer organização, a eficiência no cumprimento das suas ações cotidianas resulta de vários aspectos, destacando-se, entre outros, a instauração de um ambiente de trabalho em que a integridade física dos trabalhadores esteja preservada pela presença de segurança e salubridade, possibilitando proteção contra os riscos que possam culminar em acidentes trabalhistas ou doenças ocupacionais. Portanto, nesse setor, as atividades para prevenção de doenças e acidentes exigem diferentes estratégias que devem sempre levar em conta os princípios éticos, de civilidade, de direitos e de valores culturais dos indivíduos2.

Em relação aos resultados encontrados quanto à capacidade para o trabalho, os artigos apresentaram seus resultados das mais variadas maneiras. Alguns apresentaram apenas a média encontrada para o valor do ICT, com valores mínimos e máximos; já outros apresentaram os percentuais de trabalhadores em cada categoria do ICT, não sendo possível, portanto, a padronização dos resultados. No entanto, foi possível observar que, de maneira geral, os participantes dos artigos que compuseram esta revisão apresentaram capacidade para o trabalho satisfatória, sendo necessárias medidas destinadas a apoiar e a manter a capacidade. Para as minorias que apresentaram baixa ou moderada capacidade, deve ser direcionada uma atenção especial no sentido de restaurar ou melhorar sua capacidade para o trabalho.

Ressaltando o foco dos artigos em relação à capacidade para o trabalho, primeiramente tem-se que alguns artigos tiveram como meta investigar a validade e a confiabilidade do ICT em trabalhadores brasileiros e obtiveram êxito em seus resultados, mostrando que o índice apresentou propriedades psicométricas satisfatórias e bom desempenho quanto à validade de constructo, de critério e de confiabilidade, representando uma opção adequada para avaliação da capacidade para o trabalho de brasileiros41,44,51,70,77. Nos demais estudos, foram feitas análises dos fatores associados à capacidade para o trabalho e ficou evidenciado que o fato da capacidade para o trabalho ter sido considerada boa ou ótima, na maioria dos artigos, não exclui a necessidade de se levar em conta a importância da sua promoção, manutenção e melhora, uma vez que – com o tempo de trabalho e o avanço da idade – há uma tendência de piora49. Sendo assim, os trabalhadores precisam dispor de mecanismos para desenvolver habilidades que melhorem a capacidade para o trabalho, tanto em nível profissional quanto pessoal, visando a um envelhecimento ativo49. Por conseguinte, diversas questões devem ser consideradas ao se planejar e implementar ações para manutenção da capacidade para o trabalho65.

Um monitoramento epidemiológico da saúde física e mental dos trabalhadores, medidas de promoção da segurança e da saúde no trabalho (com intervenção nos quadros de declínio) e prevenção da perda precoce da capacidade para o trabalho devem ser elaborados e implementados26,46,49. Para isso, são necessárias intervenções em níveis individual e coletivo, tanto de natureza ambiental e quanto organizacional, por parte de trabalhadores e gestores52,55.

A redução dos fatores de risco é importante para melhorar a capacidade para o trabalho e a qualidade de vida dos trabalhadores42. Quanto melhor a qualidade da saúde física e mental dos trabalhadores, melhores são as condições do estado de saúde geral, o que contribui para a melhora da capacidade para o trabalho62.

O incentivo às mudanças no estilo de vida e à reorganização do trabalho, por meio de mudanças administrativas no ambiente de trabalho, são de fundamental importância33,35. Durante a concepção e desenvolvimento de medidas para preservar a capacidade para o trabalho é importante abordar a saúde em sua integralidade62 e alguns aspectos devem ser considerados, como: a prevenção das doenças musculoesqueléticas, que afetam vários aspectos da capacidade para o trabalho43,55; o fomento às atividades sociais54; a questão do trabalho em turnos58; o controle do estresse relacionado com o ambiente psicossocial do trabalho; a prevenção e o tratamento da dependência de álcool; e o incentivo ao controle do peso e à prática de atividade física40. Os trabalhadores, principalmente os mais velhos, devem ser incentivados a participar de programas regulares de atividades físicas com exercícios de alongamento, aeróbicos, caminhadas e treinamento para o autocuidado postural29,67,70.

É importante destacar como limitação desta revisão a impossibilidade de comparação dos dados obtidos com os de trabalhadores de outros países, devido à heterogeneidade dos achados e às particularidades que a legislação trabalhista brasileira apresenta em comparação as de outros países. Além disso, a representação de toda população trabalhadora no Brasil ficou comprometida por ainda faltar a investigação sobre diversas categorias profissionais em relação à capacidade para o trabalho.

Diante do exposto, os resultados desta revisão podem servir para embasar a elaboração de políticas públicas voltadas para a promoção da capacidade para o trabalho e redução dos afastamentos e aposentadorias precoces. O investimento em melhores condições de trabalho, em todas as fases da vida do trabalhador, repercute não apenas em sua saúde, mas também no trabalho, uma vez que haverá um menor número de afastamentos temporários e permanentes69. Um dos maiores desafios é aprender a administrar as questões do local de trabalho associadas ao envelhecimento da força de trabalho12,15,18.

 

CONCLUSÃO

Ao analisar os estudos desta revisão sistemática, destacamos que ainda existe a necessidade de ampliação das categorias profissionais estudadas e de uma melhor distribuição dos estudos sobre o tema no território brasileiro, levando em consideração que em toda e qualquer região existem trabalhadores das mais variadas profissões e com características sociodemográficas, laborais e de estilo de vida totalmente diferenciados. O estudo dessas diferenças territoriais seria de extrema importância para representar, de fato, a realidade brasileira quando o assunto é capacidade para o trabalho. O estudo aprofundado das associações pode auxiliar na elaboração de políticas públicas voltadas para o envelhecimento saudável do trabalhador.

Além disso, esta revisão deixou clara a necessidade do desenvolvimento de estudos longitudinais que esclareçam as direções das associações identificadas nas diversas pesquisas e evidenciem os fatores que interferem na capacidade para o trabalho.

 

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Recebido em 7 de Março de 2016.
Aceito em 5 de Outubro de 2016.

Trabalho realizado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.

Fonte de financiamento: nenhuma


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