OBJETIVO: Identificar a prevalência e os fatores de risco associados aos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) em trabalhadores do Serviço de Nutrição Hospitalar.
MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal em hospital especializado em cardiologia clínica e cirúrgica, com 450 leitos. Dos 130 funcionários, 115 responderam a um questionário sobre características sociodemográficas, trabalho doméstico, história ocupacional, situação de trabalho e presença de sintomas osteomusculares. O DORT foi definido como presença de sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho no último mês com duração de, pelo menos, três dias. A análise estatística univariada fundamentou-se em tabelas de contingência com qui-quadrado e Fischer Exact Test a 5% de significância, segundo a presença de DORT. Foi realizada análise de regressão logística multivariada, avaliada pelo teste de Hosmer e Lemeshow.
RESULTADOS: Entre os trabalhadores predominou: sexo feminino; faixa etária de 25 a 34 anos; ensino médio completo ou incompleto; ser casado e ter filhos. A prevalência de DORT foi de 71%, sendo de 81% em mulheres e de 32% nos homens. As associações verificadas foram: ser mulher (OR 31,6, IC95% 5,5-180,5); trabalho em pé a maior parte do tempo (OR 11,4; IC95% 2,0-65,1); presença de ruído no ambiente de trabalho (OR 7,9; IC95% 1,6-38,2); insatisfação no trabalho (OR 7,3; IC95% 1,7-31,2); e ter filhos (OR 4,7; IC95% 1,3-17,2).
CONCLUSÕES: Os DORT entre trabalhadores do Serviço de Nutrição Hospitalar têm alta prevalência e exigem intervenção, incluindo aspectos do ambiente e organização do trabalho.
Palavras-chave: Doença do trabalho, fatores de risco, serviços de nutrição, hospital, trabalho, gênero, postura, ruído e satisfação no trabalho.