É essencial a redução global do risco cardiovascular por meio do controle dos seus vários fatores para obter-se a diminuição da morbimortalidade das doenças das artérias coronárias e cérebro-vasculares. Existem várias propostas de abordagem dos fatores de risco cardiovascular, assim como tabelas de escores, mas são poucos os dados nacionais, principalmente os obtidos no ambiente ocupacional. Apresentamos a experiência do serviço médico de uma emissora de TV na identificação e acompanhamento, durante quatro anos, desses indicadores entre os seus trabalhadores. Aplicou-se instrumento em que se incluíram pontos de acordo com a presença desses marcadores. Foram classificados como de risco cardiovascular elevado 106 trabalhadores (7,83% do total), dos quais 84 foram regularmente acompanhados. Avaliaram-se variáveis como sexo, faixa etária, tempo na empresa, função, turno de trabalho e a freqüência dos diversos fatores de risco, sendo iniciado, quando indicado, tratamento farmacológico e não farmacológico. Identificou-se grande predomínio de homens entre os trabalhadores com risco cardiovascular elevado e a existência cada vez mais freqüente de alto risco mesmo em jovens. Motoristas e trabalhadores do turno noturno mostraram mais prevalência de risco cardiovascular elevado. Hipertensão e sedentarismo foram os fatores mais freqüentes. Excelentes resultados foram obtidos para o controle da hipertensão arterial sistêmica, das dislipidemias e do diabetes. Menos expressivos, mas ainda assim importantes, foram os resultados do acompanhamento dos fatores cujo controle baseia-se principalmente em mudanças de hábitos e de estilos de vida, como o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo. Demonstrou-se que muito se pode fazer pela saúde dos trabalhadores adaptando-se, aos exames ocupacionais de rotina, mecanismos de identificação e controle dos fatores de risco para a saúde.
Palavras-chave: Risco cardiovascular; Fatores de Risco; Tabelas de Escores; Trabalho.