CONTEXTO: A profissão docente é uma atividade com inúmeras particularidades e de expressão e importância inquestionáveis, todavia sua valorização pela sociedade e governo é questionável. Em razão das diversas atribuições do docente universitário sua qualidade de vida pode se depreciar.
OBJETIVO: A docência é uma atividade profissional de suma importância, porém muito estressante, está exposta a ambientes conflituosos e possui alta exigência de trabalho, podendo afetar a qualidade de vida no trabalho (QVT) e a qualidade de vida (QV) desses profissionais. Os objetivos deste estudo foram avaliar a QVT e a QV dos docentes universitários da área da saúde em uma instituição de ensino superior (IES), verificar a correlação entre a QV e a QVT nos docentes da IES, comparar a QV e a QVT entre os docentes com regimes laborais distintos e também entre os docentes de sexos opostos.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo observacional descritivo de corte transversal com 114 professores universitários da área da saúde de uma IES pública. Os instrumentos utilizados foram o WHOQOL-abreviado, o TQWL-42 e um questionário de dados sociodemográficos.
RESULTADOS: Demonstraram que o escore geral da QVT 3,56±2,01 foi considerado satisfatório e o da QV 14,45±4,34 pode ser classificado como moderadamente satisfatória. Na comparação da QV e da QVT entre professores estatutários e não estatutários não houve diferença estatística. Na comparação entre os sexos, por sua vez, verificou-se que entre professores do sexo masculino estatutários e do sexo feminino não estatutários houve diferenças nos domínios psicológicos (p=0,00), no domínio referente ao meio ambiente (p=0,01) da QV e em seu valor geral (p=0,03), relacionando-se nas esferas biológicas (p=0,02) e econômicas/políticas (p=0,02) da QVT. Ao compararmos professores do sexo masculino não estatutários com o do feminino estatutários, houve diferença no domínio físico (p=0,04) da QV, nas esferas psicológicas/comportamental (p=0,01), sociológica/relacional (p=0,00) e ambiental/organizacional (p=0,04) da QVT, e no valor geral da QVT (p=0,02). Na comparação entre professores do sexo masculino estatutários e do feminino também estatutários, não houve nenhuma diferença significativa. Por meio do coeficiente de correlação de Pearson evidenciou-se uma correlação positiva significante entre a QV e a QVT, tanto no grupo de professores estatutários (r=0,78 e p=0,00) quanto no de não estatutários (r=0,69 e p=0,00).
CONCLUSÃO: Pode-se concluir que os docentes da área de sapude, independentemente do vínculo empregatício, possuem uma avaliação satisfatória da sua QVT e moderadamente satisfatória com sua QV.
Palavras-chave: qualidade de vida; professor; trabalho.