OBJETIVOS: Determinar o perfil dos trabalhadores com restrições laborais acompanhados pelo comitê, descrever o modelo de acompanhamento adotado, analisar os resultados iniciais alcançados e identificar os facilitadores e os dificultadores do acompanhamento e retorno ao trabalho.
MÉTODOS: Neste estudo descritivo qualitativo, foram selecionados e acompanhados 34 trabalhadores com restrição laboral entre 2009 e 2013. Os dados analisados foram gênero, idade, tempo de serviço, período de afastamento, doença, conduta sugerida pelo comitê, concordância entre conduta sugerida e conduta adotada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e resultados alcançados.
RESULTADOS: A faixa etária de 40 a 49 anos correspondeu a 47,1% dos trabalhadores. O grupo de doenças mais frequente foi o das doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo, que acometeu 47,1% dos trabalhadores, seguido pelo grupo de transtornos mentais, com 26,5%. Os diagnósticos mais repetidos foram dorsalgia, com prevalência de 14,7%, e depressão, com 11,8%. Do total, 11,8% dos trabalhadores não apresentaram afastamento durante o acompanhamento. Os resultados iniciais alcançados são de 32,3% dos trabalhadores exercendo as mesmas atividades anteriores ao acompanhamento do comitê, 26,5% reabilitados para atividades diferentes das realizadas antes do acompanhamento, 29,4% aposentados por invalidez e 11,8% permaneceram em afastamento. Houve concordância do INSS em todas as dez indicações de aposentadoria por invalidez sugeridas pelo comitê e adoção de reabilitação profissional em quatro das cinco indicações.
CONCLUSÕES: A constituição do comitê multidisciplinar propiciou à empresa a gestão das incapacidades e restrições dos trabalhadores e condução do processo de reabilitação profissional, com homologação do INSS na maioria dos casos.
Palavras-chave: reabilitação; readaptação ao emprego; saúde do trabalhador.